Jovens estão com menos medo de denunciar agressões, diz estudo

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011 Postado por Allan Pitz
Pesquisa reuniu dados de 4.549 jovens nos EUA em 2008.
Maus tratos relatados incluem bullying a até abuso sexual.



Um artigo divulgado pelos Arquivos de Pediatria e Medicina para Adolescentes dos Estados Unidos na segunda-feira (3) revela que 58,3% dos jovens (pessoas de até 17 anos), que sofreram violência física ou psicológica naquele país relataram a agressão a autoridades, funcionários de escola ou hospitais, tornando o problema conhecido publicamente.

Os resultados demonstram uma maior confiança por parte dos jovens em falar sobre eventos traumáticos, já que uma pesquisa similar em 1992 mostrava que apenas 25% dos adolescentes entre 10 e 16 anos confessaram já ter sofrido algum tipo de agressão como bullying na escola ou mesmo abuso sexual por parte de adultos conhecidos. Atualmente, este percentual está em 50,6%.

Os pesquisadores, liderados por David Finkelhor, da Universidade de New Hampshire em Durham, coletaram dados de 4.549 crianças por telefone, entre janeiro e maio de 2008. Eles conversaram com elas pessoalmente para os casos entre 10 e 17 anos de idade e com os pais, para garotos de até 9 anos. Os participantes responderam a perguntas sobre cinco tipos de agressões.

No universo entrevistado, 42,3% dos jovens relatam os casos para escolas. Policiais recebem apenas 12,7% das confissões e autoridades médicas ficam sabendo apenas de 1,8% dos casos.
Para os autores do estudo, o resultado é esperado, pois crianças e adolescentes passam mais tempo próximos a professores, monitores e outros profissionais escolares.

Já autoridades policiais costumam receber a notícia de agressões quando estas são mais sérias como no caso de abusos sexuais, citados por 69% dos entrevistados e sequestros, com 73,5%. Mas casos como de bullying (51,5%), negligência dos pais (47,8%) e roubos (46,8%) também foram reclamações presentes nos relatórios policiais, segundo o artigo.

Os autores do estudo afirmam que crianças e adolescentes são facilmente intimidados e temem retaliações, mas muitas vezes podem confessar o que sofreram informalmente. Mesmo com o avanço, os cientistas acreditam que as autoridades ainda desconhecem um percentual alto dos casos de agressões físicas ou psicológicas.




Notícia G1

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